segunda-feira, 17 de novembro de 2014

ABANDONO SOCIAL E FAMILIAR


ABANDONO SOCIAL E FAMILIAR

Abandono social é antes de tudo o desamparo do estado à família, cerceando das oportunidades de subsistência, da dignidade e do orgulho de ser um sujeito autosuficiente e independente, tornando-se um excluído, um paria social, o que envolve uma autodepreciação, pois, pior que ser é sentir-se excluído, um sem futuro, um ninguém.

Há o componente psicológico do sofrimento constante, que para muitos começa muito cedo, e de difícil superação como o medo; medo de não ser reconhecido, apreciado, acarinhado, protegido.

Por sentir-se desprezado, o sentimento de insegurança, pavor, que permeia a todas as emoções que envolvem o sujeito, o que pode levar a atitudes violentas, criminalidade, ostracismo, a marginalidade principalmente. 

Sabe-se que não se nasce bandido, e que a marginalidade é reflexa do abandono psicossocial, emocional ou físico, ou seja, a sociedade constrói seu marginal, execrando do convívio sadio social para a exclusão.

Ao afirmar que quando o relacionamento primário (fundamental) foi comprometido, na tenra idade, onde os cuidados básicos não aconteceram à criança, desenvolve-se mecanismo “inconsciente” de sobrevivência, como a conquista independência precocemente, pulando fases do amadurecimento natural da personalidade, o que poderá acarretar comprometimento psicológico devido à carga emocional caracterizados como trauma: “baixa autoestima” – ausência pessoal de valores e autocrítica, sentimento que pode durar por toda a vida – “sensação de culpa” – culpa por não ser amado, ou aceito no meio em que vive, culpa por não ter tido atenção, carinho e proteção, levando a sentir pena de si mesmo, sentindo-se vítima o que pode gerar autopiedade, e um desenvolvimento da personalidade comprometido; -  “sensação de perda”, perda pela morte ou subtração de símbolos importantes, como pai e mãe ou pessoas queridas.

Esse abandono e o comprometimento no desenvolvimento podem levar a um comportamento e relação exacerbado com dinheiro, sexo, comida, drogas e etc., pode conduzir a uma auto-execração, à solidão, ostracismo, ou intensa dependência psicológica, criando elos simbióticos, ou seja, relações doentias onde não há trocas, mas somente sofrimento. Assim, como o dependente de drogas, jogo, o dependente emocional, não se sente capaz de sair de um relacionamento ainda que esteja ruim e destrutivo, como fora uma relação parasitária, reproduzindo o modelo aprendido, e de preservação mínima de sua identidade.

“Às vezes, fugimos, afastamo-nos, abandonamos aqueles que mais amamos só porque não os entendemos ou não os queremos ver sofrer”.
Anônimo.

O abandono conjugal, normalmente, é caracterizado pela baixa qualidade de vida de um ou dos dois cônjuges, onde há busca de uma autorealização em contraste com a dificuldade e limitação encontrada, levando a situações de estressantes e frustrações motivando, muitas vezes, a separação, divórcio e abandono simplesmente, que normalmente traz como consequência a vulnerabilidade dos filhos.

O desajuste conjugal é de responsabilidade de ambos os parceiros, mesmo que o problema aponte para um deles. Questões sociocultural também aparecem como responsáveis pelo abandono, ou mesmo pelo autoabandono conjugal, pois, vivemos em uma sociedade patriarcal e machista e extremamente excludente; além disso, aparecem a dependências financeiras, e afetivas, que podem trazer a insatisfação conjugal, onde uma das partes se sente vilipendiada de seus direitos e satisfação pessoal.


Seja resultado do abandono social ou familiar, quem sempre perde é a criança, o jovem, portanto, há de se ter mais atenção à sociedade que queremos criar, e permitir que nossos descendentes venham viver.

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