quinta-feira, 27 de novembro de 2014
armandocamargo.psicologo@blogspot.com.br: ABANDONO SOCIAL E FAMILIAR
armandocamargo.psicologo@blogspot.com.br: ABANDONO SOCIAL E FAMILIAR: ABANDONO SOCIAL E FAMILIAR Abandono social é antes de tudo o desamparo do estado à família, cerceando das oportunidades de subsistênc...
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
ABANDONO SOCIAL E FAMILIAR
ABANDONO SOCIAL E FAMILIAR
Abandono social é antes de tudo o desamparo do estado à família, cerceando das oportunidades de subsistência, da dignidade e do orgulho de ser um sujeito autosuficiente e independente, tornando-se um excluído, um paria social, o que envolve uma autodepreciação, pois, pior que ser é sentir-se excluído, um sem futuro, um ninguém.
Há o componente psicológico do sofrimento constante, que para muitos começa muito cedo, e de difícil superação como o medo; medo de não ser reconhecido, apreciado, acarinhado, protegido.
Por sentir-se desprezado, o sentimento de insegurança, pavor, que permeia a todas as emoções que envolvem o sujeito, o que pode levar a atitudes violentas, criminalidade, ostracismo, a marginalidade principalmente.
Sabe-se que não se nasce bandido, e que a marginalidade é reflexa do abandono psicossocial, emocional ou físico, ou seja, a sociedade constrói seu marginal, execrando do convívio sadio social para a exclusão.
Ao afirmar que quando o relacionamento primário (fundamental) foi comprometido, na tenra idade, onde os cuidados básicos não aconteceram à criança, desenvolve-se mecanismo “inconsciente” de sobr evivência, como a conquista independência precocemente, pulando fases do amadurecimento natural da personalidade, o que poderá acarretar comprometimento psicológico devido à carga emocional caracterizados como trauma: “baixa autoestima” – ausência pessoal de valores e autocrítica, sentimento que pode durar por toda a vida – “sensação de culpa” – culpa por não ser amado, ou aceito no meio em que vive, culpa por não ter tido atenção, carinho e proteção, levando a sentir pena de si mesmo, sentindo-se vítima o que pode gerar autopiedade, e um desenvolvimento da personalidade comprometido; - “sensação de perda”, perda pela morte ou subtração de símbolos importantes, como pai e mãe ou pessoas queridas.
Esse abandono e o comprometimento no desenvolvimento podem levar a um comportamento e relação exacerbado com dinheiro, sexo, comida, drogas e etc., pode conduzir a uma auto-execração, à solidão, ostracismo, ou intensa dependência psicológica, criando elos simbióticos, ou seja, relações doentias onde não há trocas, mas somente sofrimento. Assim, como o dependente de drogas, jogo, o dependente emocional, não se sente capaz de sair de um relacionamento ainda que esteja ruim e destrutivo, como fora uma relação parasitária, reproduzindo o modelo aprendido, e de preservação mínima de sua identidade.
“Às vezes, fugimos, afastamo-nos, abandonamos aqueles que mais amamos só porque não os entendemos ou não os queremos ver sofrer”.
Anônimo.
O abandono conjugal, normalmente, é caracterizado pela baixa qualidade de vida de um ou dos dois cônjuges, onde há busca de uma autorealização em contraste com a dificuldade e limitação encontrada, levando a situações de estressantes e frustrações motivando, muitas vezes, a separação, divórcio e abandono simplesmente, que normalmente traz como consequência a vulnerabilidade dos filhos.
O desajuste conjugal é de responsabilidade de ambos os parceiros, mesmo que o problema aponte para um deles. Questões sociocultural também aparecem como responsáveis pelo abandono, ou mesmo pelo autoabandono conjugal, pois, vivemos em uma sociedade patriarcal e machista e extremamente excludente; além disso, aparecem a dependências financeiras, e afetivas, que podem trazer a insatisfação conjugal, onde uma das partes se sente vilipendiada de seus direitos e satisfação pessoal.
Seja resultado do abandono social ou familiar, quem sempre perde é a criança, o jovem, portanto, há de se ter mais atenção à sociedade que queremos criar, e permitir que nossos descendentes venham viver.
A MORTE E O MORRER
MORTE E MORRER
Antigamente
morria-se lentamente no conforto do lar, envolto com a família e os amigos,
despedia-se a cada momento vivido, e aos poucos seguia sua viajem.
No
entanto, com o advento da tecnologia e o avanço medicina, morrer tornou-se um
ato solitário, quase impessoal, tornar-se um paciente numa ala do hospital, é
algo frio e desprovido de sentimento, uma vez que se preocupa mais com o
funcionamento orgânico do que com o bem estar espiritual e emocional, a técnica
pode beirar a desumanização.
A
morte é um grande desafio ao cuidador, pois, impotente e incapaz de parar o
processo, sente raiva e culpa pelos resultados, a isso se dá o nome de complexo
tanatolítico.
O
morrer passa-se por processos como: a negação, o que alivia o impacto do fato,
auto defesa e manutenção do equilíbrio mental; passa também, pelo processo da
raiva, via de regra, o paciente consciente de seu diagnóstico espera com um
misto de ansiedade e depressão o momento, a raiva provoca queixas (por que eu
ou por que comigo??) e exigências incomuns, como a única forma de não ser
esquecido e abandonado; outra fase igualmente interessante é o processo da
negação, é uma negociação com Deus o prazo maior para sua morte, e o faz
através de suas orações e promessas dos mais variados compromissos; a depressão
surge, como forma de aceitar o fato final da vida, abstraído e pensativo espera
atento cada novo sintoma. Normalmente faz-se uma revisão de atos da vida, ato
de inteira introspecção; e finalmente a aceitação, ainda que haja alguma
esperança sabe angustiado que o final está cada vez mais próximo e quer morrer
em paz.
Quanto
mais jovem acontecer o desenlace mais difícil será aceitar, tantos para o que
vai como para os que ficam, pois, elaborar as perdas se torna mais
fácil com o passar da vida.
A
morte pode vir acompanhada de dores, tubos e aparelhos introduzidos o corpo,
muitas vezes, sem a permissão da consciência, o causa solidão e
impotência maior, na vida nada é tão previsível como a morte, no entanto, como
esperá-la com tranquilidade? Talvez a única dor que se suporta com galhardia,
esperança é a dor do parto, pois, ai sim há esperança.
O
humano encontra-se em despreparo (mesmo os profissionais da saúde) para o
fenômeno morte, ensinam-nos viver e não a morrer, não obstante ser um fato
natural da vida.
O tabu imposto social e
religioso sobre a morte, é visto ainda como algo terrível e temível, é hora de
re-significar o sentido da morte, talvez considerar que é o início de um novo
ciclo, cultivar a idéia da imortalidade da alma, ou mesmo das múltiplas
existências do espírito, como preconizam alguns espiritualistas, e desprezemos a
idéia de céu e inferno, pois, o grande temor humano é ser despejado no inferno
e ter a pena pela eternidade.
Nota:
Complexo
Tanatolítico. São fantasias a cerca do triunfo sobre a morte,
que leva o homem a idealizar um ser onipotente capaz de retardar, impedir e até
mesmo anular a morte.
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